A Dermatite Seborreica (DS) é uma doença inflamatória crônica comum, que acomete cerca de 1 a 3% da população geral, sendo 3 a 5% em adultos jovens. A prevalência da Dermatite Seborreica nos indivíduos HIV positivos varia entre 20 e 83%. Possui dois picos de incidência: um no recém-nascido, até os três meses de vida, e outro na fase adulta, aproximadamente entre os 30 e 60 anos de idade. A apresentação bimodal da doença (ao nascimento e pós-puberal) sugere que ela esteja relacionada a hormônios sexuais. Os homens são acometidos com maior frequência em todas as faixas etárias e não há predileção racial.
Além da infecção pelo vírus HIV, algumas doenças neurológicas também cursam com maior incidência de dermatite seborreica, como a doença de Parkinson. A maior incidência de Dermatite Seborreica no paciente com Parkinson parece estar relacionada ao aumento da secreção de hormônios sexuais masculinos e seus efeitos sobre as glândulas sebáceas. Outras doenças sistêmicas que cursam com maior incidência de dermatite seborreica, como o infarto agudo do miocárdio, pancreatite alcoólica e alcoolismo.
Atualmente associa-se a doença à presença do fungo Malassezia sp. na pele dos indivíduos acometidos. A Malassezia spp. é um fungo lipofílico constituinte da flora normal da pele do ser humano, está relacionada tanto a doenças infecciosas, quanto a doenças inflamatórias. Sabe-se que este é encontrado na pele de todos os indivíduos, podendo ser encontrado em maior quantidade naqueles que apresentam dermatite seborreica, nas quais o crescimento exagerado da Malassezia sp. funciona como um fator desencadeante ou agravante em pacientes suscetíveis.
A dermatite seborreica possui características distintas, dependendo da faixa etária acometida: na forma pediátrica é autolimitada, enquanto no adulto, a doença tem curso crônico. As lesões são placas avermelhadas e escamativas, de graus variáveis de extensão e intensidade.
A dermatite seborreica na infância ocorre com maior prevalência nos três primeiros meses de vida (10% em meninos e 9,5% em meninas), sendo a escamação do couro cabeludo a forma clínica mais comum (42%). Caracteriza-se, logo após o nascimento, pelo surgimento de escamas amareladas, aderentes e de extensão variável. Pode também ocorrer na face e nas dobras, tais como regiões atrás das orelhas, pescoço, axilas e região de virilha. A criança com Dermatite Seborreica pode apresentar uma forma rara, generalizada que, frequentemente, é associada a imunodeficiências.
A dermatite seborreica do adulto é uma dermatose crônica, de curso recidivante, que varia desde um uma vermelhidão leve a moderada até lesões elevadas com secreção e/ou escamativas, com períodos de exacerbação relacionados ao estresse ou privação de sono. As áreas afetadas e a prevalência correspondente de cada uma são: face (87,7%), couro cabeludo (70,3%), tórax (26,8%), membros inferiores (2,3%), membros superiores (1,3%) e outros locais (5,4%), como as dobras. As lesões são máculas ou finas placas de limites bem definidos, que podem assumir as colorações rosa, amarela clara ou avermelhada, com escamas finas, brancas e secas ou até amareladas úmidas ou oleosas. Podem ser limitadas a pequenas áreas do corpo, porém, há relatos de formas generalizadas atingindo todo o corpo.
O objetivo do tratamento consiste no controle da inflamação, da proliferação do microorganismo e da oleosidade. Diversas classes de medicamentos são utilizadas, de maneira que é vasto o arsenal terapêutico para controle da Dermatite Seborreica. A primeira regra é esclarecer os pacientes sobre o caráter crônico recidivante da doença. Assim, o indivíduo, ciente do curso da doença, demonstra maior confiança e aderência ao tratamento.
O tratamento é realizado através de medicações de uso tópico, sendo os medicamentos mais utilizados os corticosteroides e os antifúngicos, além dos cremes hidratantes, entre outros.
IMPORTANTE:
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