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10 de abril de 2018 DermatologiaNutrição0

Vitamina D

 

Um dilema muito frequente entre os pacientes e até mesmo entre profissionais da saúde é se devemos abrir mão ou não do protetor solar em detrimento da absorção de Vitamina D que é tão benéfica à saúde através da exposição solar direta. Mas e os efeitos nocivos do sol como envelhecimento precoce da pele e maior chance ao desenvolvimento do câncer de pele? Até o momento, nenhum estudo havia sido conduzido para avaliar e subsidiar as recomendações de uso de filtro solar indicadas pelos médicos dermatologistas, especialmente, em regimes de exposição solar leve (habitual). Um estudo inédito foi realizado pela Sociedade Brasileira de Dermatologia nesse sentido.

Então confira nosso post para saber todos os detalhes desse dilema!

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Benefícios da Vitamina D

A vitamina D é um importante pré-hormônio produzido principalmente (90%) pela pele, a partir da exposição LEVE à radiação UVB e em menor proporção através do consumo de determinados alimentos. Desempenha importantes funções no organismo, principalmente no metabolismo ósseo, imunidade e resistência à insulina. Diversas condições clínicas e de hábitos interferem nos níveis de vitamina D, como dietas restritivas, cirurgia bariátrica, obesidade, hepatopatia, nefropatia, idosos, acamados, indivíduos que não se expõem diretamente ao sol, sedentarismo, diabetes mellitus, entre outras.

Em geral consideram-se índices de carência de Vitamina D aqueles abaixo de 20. Todavia é possível realizar a suplementação via oral associada à uma exposição solar LEVE. Um nutricionista ou médico poderá orientá-lo da melhor forma de reposição desta vitamina.

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A boa notícia

A Sociedade Brasileira de Dermatologia, desenvolveu um estudo inédito onde foi identificado que a utilização do fotoprotetor (protetor solar) e exposição leve ao sol não afeta a capacidade de síntese de vitamina D pela pele! Este estudo foi divulgado recentemente durante o II Simpósio Nacional de Cabelos e Unhas, realizado em agosto de 2017, no Rio de Janeiro. Neste estudo 95 voluntários foram divididos em 3 grupos e analisados após 24h, sendo medidos seus níveis de Vitamina D na manhã antes da exposição solar e também na manhã seguinte, permitindo o cálculo da variação dos níveis plasmáticos no intervalo de 24h:

  • Grupo 1: confinados da exposição solar por 24h – não se expuseram ao sol;
  • Grupo 2: expostos a dose baixa de sol (sem queimar a pele) com fotoprotetor tópico (FPS 30);
  • Grupo 3: expostos a dose baixa de sol (sem queimar a pele) sem  fotoprotetor;

Observou-se que não houve diferença significativa entre o Grupo exposto à dose baixa de sol com fotoprotetor e sem fotoprotetor mas que houve sim uma diferença significativa entre aqueles em confinamento (não expostos) e os expostos a baixas doses de sol com protetor solar – a variação dos níveis plasmáticos de vitamina D foi cerca de 4ng/ml maiores para o grupo exposto com filtro solar do que para o grupo confinado.

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E o estudo concluiu que:

  • O uso regular de filtro solar nas áreas diretamente expostas ao sol para prevenção ao câncer da pele, queimaduras e fotoenvelhecimento não pode ser indicado mais como importante causa da carência de vitamina D na população;

  • Significativa fração da população mundial apresenta níveis plasmáticos de vitamina D insuficientes e até deficientes. Isso tem originado políticas de suplementação da indústria alimentar (por exemplo, laticínios, sucos industrializados), ou mesmo suplementação oral em populações de risco (por exemplo, idosos, nefropatas e gestantes);
  • Os resultados do experimento confirmam a continuidade da indicação da fotoproteção regular frente à exposição moderada ao sol que seria fora dos horários de pico do UVB (10h-16h), sob vestuário adequado, sem risco de vermelhidão (o que degrada a vitamina D da pele).
  • A carência atual de Vitamina D em boa parte da população deve decorrer da ingesta insuficiente e, principalmente, dos hábitos de lazer e de trabalho em ambientes abrigados da proteção solar, característicos da sociedade moderna que não se expõe ao sol no seu cotidiano. Isso não depende do uso de filtro solar! Há também elementos ligados ao indivíduo, como a espessura da pele exposta (reduzida em idosos), má-absorção do intestino (sobretudo em pacientes que fizeram cirurgia bariátrica), medicamentos de uso regular, obesidade, sedentarismo, e variações nos receptores de vitamina D nos tecidos, que interferem a síntese e disponibilidade de vitamina D.

 

Portanto use o protetor solar ao se expor ao sol, ele não é o inimigo para absorção da Vitamina D e sim os hábitos de vida e falta de lazer, confinamento em ambientes fechados e etc!


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Dr. Caio Humaire Dermatologista

Dr. Caio Rosa Humaire Médico Dermatologista CRM-SP 136.244/RQE 35757