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28 de maio de 2017 Dermatologia0

Uma das queixas mais comuns no consultório é o aparecimento de “verrugas”. A incidência dessa queixa é muito frequente. Porém, em muitos casos a lesão que o paciente pensa ser uma verruga, trata-se na verdade de um Nevo (pintas) ou até mesmo de outras lesões como Fibroma Mole, Acrocordon e etc. Neste post vou expor algumas das principais diferenças entre Verrugas e Pintas e também as principais causas e tratamentos.

Cuidado com os métodos caseiros e a importância do diagnóstico correto:

Conhecidos popularmente e difundidos na internet e até mesmo em comerciais nos principais veículos de televisão, os métodos caseiros para eliminar verrugas trazem riscos que vão desde uma irritação até o agravamento de um caso de câncer de pele. Segundo especialistas, o problema em utilizar receitas caseiras começa com o perigo de um diagnóstico errado.

“As pessoas confundem pintas com verrugas, mas o tratamento delas é diferente. A verruga é uma lesão benigna e as pintas podem indicar a presença do câncer de pele”.

Os métodos caseiros, assim como o uso de remédios para verrugas sem a prescrição de um especialista, podem agredir a pele. Tanto um quanto o outro têm como função matar o vírus que causa a verruga e fazê-la cair. “O problema é que se a pessoa aplicar esses produtos sobre uma pinta que já virou um tumor, a pele será agredida e pode haver o agravamento do câncer”.

A Sociedade Brasileira de Dermatologia afirma que o estímulo publicitário ao autodiagnóstico e à manipulação inadequada dessas lesões da pele pode resultar em complicações no tratamento de doenças como infecções virais e até câncer. A manipulação inadequada dessas lesões, que podem ser cancerosas, pré-cancerosas ou virais, pode prejudicar o tratamento correto e interferir no prognóstico, geralmente bom quando realizado corretamente. Não cabe ao paciente a responsabilidade de se auto-diagnosticar e saber se está tratando a doença certa – afirma Dr. Francisco Paschoal (diretor de comunicação da SBD em 2010).

Fonte: Sociedade Brasileira de Dermatologia

Afinal o que é Verruga e como podemos diferenciá-la das pintas?

Verrugas são manifestações cutâneas de uma infecção viral causada pelo HPV (papiloma vírus humano). As verrugas são de causa infecciosa, transmitindo-se por contato com o vírus causador, contato este que pode variar desde um apertar de mãos até uma relação sexual ou à coçadura de uma lesão estabelecida que propicia a auto-inoculação, também é possível a transmissão através de objetos.

Verrugas são pequenas tumorações da pele, ásperas, e levemente acinzentadas. Seu tamanho pode variar de 1 mm até mais de 1 cm, e por confluência de várias verrugas pode formar grandes massas. Podem ocorrer em qualquer região do corpo, mas em geral ocorrem no dorso das mãos e dos pés. De modo geral pode-se dizer que as verrugas possuem saliência e têm superfície irregular. Não têm a capacidade de se transformarem em tumor, contudo, por serem de origem viral, podem ser contagiosas.

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Já os Nevos são pequenas manchas marrons regulares na pele, salientes ou não. São popularmente conhecidos como “pintas” e erroneamente confundidos com verrugas. A maioria das pintas surge em decorrência da exposição solar, e possui um formato regular.

Pintas

Pintas x manchas x verrugas

Algumas atrizes famosas como Camila Jessica Parker, Leandra Leal e Sabrina Sato possuem Nevos na face e muitos consideram até charmosos, ou suas “marcas registradas”.

É fundamental procurar um médico dermatologista para análise e diagnóstico correto das pintas, pois em alguns casos a retirada pode não ser necessária, já que pode deixar cicatrizes muito aparentes. A retirada é recomendada sempre que houver alguma chance da lesão poder se tornar cancerígena.

Os nevos melanocíticos são considerados potenciais precursores do melanoma, podendo ser também marcadores de risco para melanoma. Diferenciar uma pinta benigna de um melanoma inicial pode ser muito difícil. Em estágios mais avançados, melanomas tendem a ser lesões grandes, com múltiplas cores, de formato irregular, que podem sangrar. Mas, em fases iniciais, nas quais são curáveis por cirurgia, o diagnóstico pode ser difícil.

Na dúvida, não se automedique de forma alguma e procure um médico Dermatologista da Sociedade Brasileira de Dermatologia!


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9 de fevereiro de 2017 Dermatologia0

molusco contagioso dr. caio rosa humaire

O QUE É?

Você já ouviu falar de Molusco Contagioso? O nome assusta um pouco, mas é uma lesão muito comum no consultório dermatológico. Muitos pacientes confundem a aparência desta lesão com “verrugas”, porém o molusco contagioso trata-se na verdade de uma infecção viral contagiosa da pele ocasionada por um vírus da família poxvirus – ele é o maior vírus já encontrado. É caracterizada pelo surgimento de nódulos na pele e apresenta distribuição universal, sendo mais frequente em crianças em idade escolar devido a sua fácil disseminação por contato físico.

O vírus do molusco contagioso apresenta 4 subtipos, sendo o subtipo 1 o mais prevalente e o subtipo 2 o mais frequente em adultos, e na maioria das vezes, de transmissão sexual. Em adultos, atinge preferencialmente a região anogenital por transmissão sexual. Formas disseminadas, atípicas ou gigantes não raramente acometem pacientes imunossuprimidos.

Molusco contagioso é mais comum em pessoas com o sistema imunológico enfraquecido, como no caso de soropositivos, e em crianças, especialmente as que têm dermatite atópica.

Locais mais comuns - Molusco Contagioso Crianças

Na foto acima as regiões mais comuns acometidas pelo molusco contagioso em crianças são as regiões em cor rosa (face, torax, braços e mãos), seguidas da região do abdomen e costas (menos comum) e ainda mais raro nas regiões das pernas e pés.

SINTOMAS

As lesões nem sempre apresentam-se em grande quantidade, embora sejam de fácil disseminação e localizam-se preferencialmente no tronco, podendo, contudo, ocorrer em qualquer parte do corpo. A coceira ou outra irritação leva o vírus a espalhar-se para outras partes do corpo.

A lesão clínica do molusco contagioso caracteriza-se por pequenas bolinhas (pápulas) semiesféricas, brilhantes, indolores, medindo, em média, 5mm. Geralmente nitidamente umbilicada ou com discreta depressão central, de poucos milímetros de diâmetro.

Formas Molusco Contagioso

Na imagem ao lado observa-se as diversas apresentações do Molusco Contagioso. Em geral caracteriza-se por pequenas lesões em forma de cúpula e brilhantes, com uma leve depressão no centro. As lesões podem se tornar vermelhas, inchadas ou com pus. O ato de coçar pode ocasionar o espalhamento das lesões. É comum as lesões apresentarem um eczema (vermelhidão) ao redor.

O contágio ocorre após contato direto com outros indivíduos acometidos, principalmente irmãos e colegas de escola. Ressalta-se o aumento da incidência associado ao uso de piscinas em comunidades. O vírus espalha-se por meio de contato com objetos contaminados, como toalhas, roupas ou brinquedos, mas também pode ser contraído via contato sexual especialmente nos adultos. Trata-se, portanto, também de uma doença sexualmente transmissível (DST).

O período de incubação é variável e lesões individuais tendem a regredir espontaneamente em dois a três meses. Nas crianças, regressão completa do quadro tende a ocorrer em até três anos.

TRATAMENTOS

Em pessoas saudáveis e com produção normal de anticorpos, as lesões normalmente desaparecem em meses ou anos. Todavia há tratamento para o Molusco Contagioso e é sempre indicado. Lesões individuais podem ser removidas cirurgicamente, por raspagem, curetagem, congelamento ou por meio de eletrocirurgia com agulhas. O procedimento cirúrgico pode deixar cicatrizes. O tratamento do molusco contagioso mais comum é a curetagem (espécie de “raspagem”) de todas as lesões, procedimento realizado em consultório por médico dermatologista. Não há aplicação de anestesia e a remoção gera um desconforto razoável. Obtém-se maior êxito na remoção das lesões em adultos do que em crianças devido à intolerância para dor e desconforto do procedimento ser maior nas crianças.

Algumas complicações podem aparecer, embora não sejam comuns se a lesão for devidamente tratada. No entanto, em alguns casos, pode haver persistência, propagação ou recorrência de lesões. Infecções cutâneas bacterianas secundárias também podem surgir em alguns casos.

Se você tiver sintomas parecidos ou relacionados ao molusco contagioso, marque uma consulta médica, em especial se novos sintomas surgirem ou as lesões persistirem ou espalharem-se pelo corpo. O médico ou médica geralmente consegue diagnosticar molusco contagioso somente por meio da observação clínica.


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9 de fevereiro de 2017 Dermatologia0

 

Cicatrizes Acne

No post anterior eu falei sobre a Acne e os principais tratamentos dermatológicos e alertei que o tratamento precoce da acne é fundamental para evitar as cicatrizes decorrentes da acne. Além disso, é fundamental não manusear por conta própria as lesões para evitar as cicatrizes tão indesejadas. De qualquer forma caso as cicatrizes apareçam existem algumas opções de tratamento.

Hoje vou falar sobre os principais tratamentos e dicas para suavizar as cicatrizes da acne que são queixas muito comuns no consultório dermatológico.

Formas mais agraves de acne podem deixam sequelas mais evidentes mesmo que devidamente tratada. As cicatrizes podem ser caracterizadas pela presença de manchas, alterações da superfície da pele e depressões mais acentuadas.

As cicatrizes de acne são lesões de pele de difícil tratamento, e mexem diretamente com a auto estima, mas é muito difícil obter 100% de melhora do quadro, todavia existem hoje no mercado diversas opções de tratamentos que podem ser realizados isoladamente ou associados para resultados ainda mais satisfatórios.

É importante que o paciente tenha em mente que o tratamento da cicatriz de acne requer dedicação, assiduidade e muita paciência por parte do paciente, pois muitas vezes o tratamento pode ser demorado. A melhora da pele pode demorar para acontecer, porém os resultados serão bastante duradouros.

A indicação do tratamento mais adequado dependerá da análise profissional de um médico dermatologista devidamente qualificado e do tipo de pele e de cicatriz desenvolvido pelo paciente. Confira abaixo alguns tipos de cicatrizes:

Tipos de cicatrizes de acne

Quais são as técnicas e tratamentos mais comumente indicados?

  • Peelings Químicos: Os peelings químicos podem ser de intensidade superficial, média ou profunda e são indicados para tratar principalmente as manchas decorrentes da acne, pois proporcionam uma melhora da textura da pele, que fica mais uniforme e melhora o seu aspecto como um todo. Se as cicatrizes forem mais profundas, os peelings médio e profundo podem ser utilizados, porém peles mais escuras podem não ter indicação devido a probabilidade do surgimento de novas manchas.

Peeling Químico

  • Microdermoabrasão: Pode ser comparada à uma esfoliação da pele realizada através de um aparelho com uma caneta com ponteira diamantada para remover as camadas superficiais da pele, uniformizando-a. Além disso, ela pode ser associada aos peelings químicos, pois facilita a penetração do ácido, potencializando o seu resultado. Não é indicado para peles mais morenas.

Microdermoabrasão

  • Preenchimento Cutâneo com Ácido Hialurônico: Bastante indicado para as cicatrizes mais deprimidas que suavizam a medida que a pele é esticada. Utiliza-se na maioria das vezes o ácido hialurônico que é uma substância produzida pelo nosso próprio organismo e tem riscos mínimos de alergia por este motivo. Esta substância tem ação temporária (por até 1 ano) e vai sendo absorvido pelo organismo, quando novas aplicações são recomendadas. A substância é injetada localmente no tecido subcutâneo logo abaixo de cada depressão. Há no mercado também outras opções de preenchedores que são permanentes, porém seu uso deve ser meticulosamente analisado pelo médico dermatologista para obter resultados satisfatórios e seguros. O procedimento é bem tolerado e, pessoas mais sensíveis, podem utilizar um creme anestésico.

Preenchimento Cicatrizes Acne

  • Micropuntura: Trata –se da estimulação mecânica com dermógrafo que possui uma pontinha de agulha descartável que vai estimular a região tratada para provocar uma leve inflamação e por processo natural vai ativar a produção de colágeno e elastina.Como resposta ao processo inflamatório a pele irá se regenerar e produzir novos tecidos que preencherão a área desgastada com novas células. É um tratamento com bons resultados, custo acessível e aplicação segura em praticamente todos os fototipos de pele.

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  • Lasers Fracionados (Co2 e Erbium): Este tratamento é um dos mais procurados e indicados, por conta dos resultados serem mais aparentes e por necessitar de um número reduzido de sessões se comparado aos demais(3 a 8 – sendo 1x por mês ou 1x a cada 20 dias). Não é totalmente indolor, mas é considerado bem tolerável pela maioria dos pacientes. O diferencial deste tratamento é que é possível atingir as camadas mais profundas da pele, possibilitando uma sensível melhora na textura do rosto marcado pela cicatriz, sem que o paciente precise se afastar das atividades diárias. Essa tecnologia é chamada de fracionada justamente porque o laser é dividido em pequenos microfeixes, que conseguem atingir regiões bem pontuais e profundas, remodelando as cicatrizes. Pessoas mais morenas ou com fototipos altos requerem mais atenção neste tratamento.

laser cicatrizes acne

 

  • Dermoabrasão: É considerado um procedimento cirúrgico realizado com anestesia local em consultório. É um dos tratamentos que gera os resultados mais satisfatórios – uma melhora de 50 a 70% do quadro geralmente em uma única sessão. Consiste no lixamento manual da pele, atingindo camadas mais profundas da derme. É indicado para cicatrizes mais profundas e com bordas bem delimitadas e especialmente em pacientes com peles claras. Geralmente uma sessão é suficiente, porém de acordo com a análise do médico outras sessões poderão ser recomendadas. É um procedimento doloroso e com recuperação mais demorada e requer o afastamento do paciente de suas atividades por pelo menos uma semana. Este procedimento não é indicado para pacientes com peles mais morenas pois há um risco de deixar manchas escuras.

Listei neste post os tratamentos mais comuns e resultados mais satisfatórios, porém dependendo do tipo de pele outras opções podem ser sugeridas. Além disso dependendo do caso o médico poderá indicar até mesmo a associação de mais de um tratamento listado.

Lembre-se o melhor tratamento de cicatrizes de acne é a PREVENÇÃO. Tratar o mais brevemente possível a acne e da forma mais correta é a melhor maneira de prevenir o aparecimento das cicatrizes e nunca cutuque suas lesões.

Espero ter ajudado!

Um abraço e até o próximo post!


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Dr. Caio Humaire Dermatologista

Dr. Caio Rosa Humaire Médico Dermatologista CRM-SP 136.244/RQE 35757